O ritmo de crescimento do emprego no Norte é superior à média nacional e o preenchimento de postos de trabalho na região por mulheres entre os 45 e os 64 anos merece especial destaque. Os números são relativos a 2017 e estão contidos no Norte Estrutura, publicação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
Mais de 92% do incremento no número de mulheres ativas a nível nacional encontra explicação, precisamente, a Norte. O aumento da oferta de trabalhadores na região deve-se “unicamente à mão de obra feminina”, a qual aumentou 2,8%, o que corresponde a mais 25 mil mulheres ativas. “Isto significa que a região Norte explica a maior parte do crescimento da população ativa feminina observado a nível nacional”, cujo valor total foi de 27 mil.
Pelo contrário, a população ativa masculina diminuiu 0,5%, sendo o Norte a única região do país a sofrer esta redução, o que “acentuou a feminização” da mão de obra.
Taxas de crescimento
Mais 60 mil pessoas conseguiram, em 2017, arranjar emprego a Norte, fazendo subir para 1,654 milhões o valor médio anual da população empregada na região. Em termos percentuais, o crescimento foi de 3,8% – superou em meio ponto percentual o resultado nacional – e foi o mais acentuado de que há registo.
O documento destaca que a oferta de mão de obra na região “cresceu pela primeira vez desde 2010”, ano anterior à chegada da troika. No entanto, em termos acumulados, a verdade é que o Norte criou 110 mil empregos líquidos entre 2013 e 2017, menos de metade dos 236 mil perdidos entre 2008 e 2013.
O aumento da oferta de mão de obra permitiu inverter a tendência decrescente dos últimos seis anos. A população ativa passou, assim, a ser de 1,833 milhões de pessoas, mais 1,1% do que no ano anterior. A nível nacional, este crescimento ficou-se pelos 0,8%.
Menos desemprego
De qualquer forma, a população desempregada diminuiu em 2017, pelo quarto ano consecutivo, passando de 319 mil desempregados, em 2013, para aproximadamente 179 mil. Uma redução de 44%. No ano passado, a taxa de desemprego na região foi de 9,8%, mesmo assim, 1,2 pontos percentuais mais elevada do que a de 2008.
Cinco em cada oito desempregados a Norte eram, em 2017, de longa duração. O desemprego jovem desceu para 25,9%, mas com uma “evolução marcadamente diferenciada por género”: desceu no caso dos homens, pelo terceiro ano consecutivo, e passou de 26,4% para 21,9%, mas aumentou nas mulheres, passando de 29,5% para 30,9%.
Fosso salarial diminuiu
Em termos de rendimentos, o salário médio a Norte é inferior em 7% ao nacional, apesar deste referencial se ter reduzido (era de 8,8% em 2015). O que significa que, em 2017, os trabalhadores auferiram 796 euros mensais, 60 euros a menos que a média nacional. De qualquer forma, e corrigido do valor da inflação, o salário médio a Norte cresceu 1,8% em 2017 contra os 0,6% a nível nacional.
“Uma análise por grupos de profissões mostra que a disparidade entre os trabalhadores por conta de outrem com maior e menor salário médio se manteve aproximadamente constante na região Norte desde 2014, com os chamados dirigentes a auferirem entre o triplo e 3,2 vezes o rendimento médio dos trabalhadores não qualificados”, pode ler-se no documento. Em 2012 a diferença era o quádruplo.
Os dirigentes são os que mais ganham, com um rendimento médio mensal líquido de 1585 euros, os técnicos e profissionais de nível intermédio auferem 919 euros e os trabalhadores da indústria, construção e artífices 667 euros. Os que menos ganham são os trabalhadores agrícolas, da pesca e floresta e os operários não qualificados, com salários médios de 507 e de 502 euros, respetivamente.
FONTE: Dinheiro Vivo